SONETO À MULHER
Março se aproxima e a natureza
Enfeita o olhar da mestra e musa
Mulher também mãe que não recusa
Ser mão mendicante na pobreza.
Traz em seu regaço a ironia
De mulher mandante e de megera
Na luta é afinco, fé durante a espera
E mártir na ausência e na agonia.
Em manhãs de março é fêmea-planta
Sonha à luz do sol que tinge sua tez
E unta sua pele com aroma ardente.
Nas noites febris: mulher, mãe e santa
Há sabor de fruto na palidez
Que anuncia o rito da mulher-amante.
Isnelda Weise
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