20.3.12

>Postado por Isnelda


A arvore seca
Reflete em àguas turvas
Dia de inundação.



Passagem

poeira estelar, sou pó, sou pedra bruta
verso inacabado, sou noite sem luar
sou colar sem contas na busca resoluta
do que existe além da imensidão do mar.

entre palavra sem eco e poema não dito
adentro minhas veias, defendo o indefensável
e na mudez latente de inaudível grito
retorno ao interior de um lar quase imutável.


hoje namoro a vida enquanto abraço a morte
no leito de meu pai, inerte passageiro
que segue e vive em mim com fé e dissabor.

e o pó que me sustenta em fortuita sorte
hoje se avizinha - instante derradeiro
enchendo-me de adeus, de luz e muita dor.

Isnelda Weise