>Postado por Isnelda
A arvore seca
Reflete em àguas turvas
Dia de inundação.
Passagem
poeira estelar, sou pó, sou pedra bruta
verso inacabado, sou noite sem luar
sou colar sem contas na busca resoluta
do que existe além da imensidão do mar.
entre palavra sem eco e poema não dito
adentro minhas veias, defendo o indefensável
e na mudez latente de inaudível grito
retorno ao interior de um lar quase imutável.
hoje namoro a vida enquanto abraço a morte
no leito de meu pai, inerte passageiro
que segue e vive em mim com fé e dissabor.
e o pó que me sustenta em fortuita sorte
hoje se avizinha - instante derradeiro
enchendo-me de adeus, de luz e muita dor.
Isnelda Weise
AguAlento-Isnelda Weise
AguAlento é um blog com intenção de divulgar a poesia, o belo que todos temos dentro de nós. Amigos poetas, poetas desconhecidos, ou simplesmente amigos: sejam bem vindos, portanto. (Os textos aqui publicados são protegidos pela Lei dos Direitos Autorais de nº 9610/98.)
20.3.12
23.7.11
horas idas
quebrados todos os velhos ponteiros
de meu relógio, quantas horas vãs
que desembocaram em dias sem manhãs
apontaram-me momentos derradeiros.
horas que vagas, entornaram ventos
baldio pesar de algum lamento antigo
que o momento presente, qual amigo
recompôs em minutos, sem lamentos.
e as horas findas reavivaram traços
tosco retrato em parede antiga
qual relembrança de elo destroçado.
despertando a saudade, aos pedaços
descobri-me a adentrar hora perdida
quem sabe num tic-tac mais compassado.
Isnelda Weise
20.7.11
Haicais de Isnelda Weise - INVERNO 2011
sob o frio noturno
acalenta o andarilho
a luz do luar.
acalenta o andarilho
a luz do luar.
sem abrigo algum
contra o vento impiedoso
ela e a solidão.
só e embriagado
sonho com calor da noite
sonho com calor da noite
em degraus gelados.
trêmulas e frias
mãos de mendigo afagam
um gato de rua.
árvore colore
o telhado esbranquiçado
com folhas marrons.
no muro em ruínas
resistente a flor propaga
outono tardio.
na manhã de inverno
mãos desnudas cobiçam
o calor do sol.
chaminé da casa
com fumaça esbranquiçada
veste o ar sombrio.
o fogão à lenha
aquece cozinha e embala
sono de meu pai.
30.10.10
13.10.10
Oktoberfest- Haicais- Isnelda
típico dançar
folclore em corpos ligeiros
e o tempo que passa.
silêncio no parque
e rostos extenuados
a polca calou.
11.10.10
Neida Rocha - Poema
MEUS GRANDES
MEU PEQUENO GRANDE:
(ÓLIVER)
Sou tua mãe...
Sou tua amiga...
Sou tua cúmplice...
Sou teu carrasco...
Sou tua fã...
Sou tua segurança...
Sou tua confiança...
Sou...
...tua MÃE !!!
MEU GRANDE PEQUENO:
(OTÁVIO)
Sou tua mãe...
Sou teu alimento...
Sou teu conforto...
Sou tua necessidade...
Sou tua fragilidade...
Sou tua força...
Sou...
...tua MÃE !!!
10.10.10
Haicais - Isnelda Weise
tiara adorna
cabelos sempre cuidados
da hoje vovó.
alegria achega
turista e blumenauense
na Oktoberfest.
silêncio no parque
e rostos extenuados
a polca calou.
9.10.10
OKTOBERFEST-Haicais - Isnelda Weise
pato paga o prato
acordam o dono da casa
festeiros famintos.
sianinha na saia
ondula insinuando retas
e curvas fatais.
8.10.10
7.10.10
OKTOBERFEST
EIN PROSIT
Um brinde à saúde deste povo
Flutuando na leveza de sua dança
Um brinde a esta festa, à esperança
De outubro, em que inicia tudo de novo.
A você, visitante, que a alegria
Preencha sua estada em toda hora
Que mate-se sua sede sem demora
E preencha-se sua estada com folia.
Um brinde àquele que fez da semente
A branca e clara espuma benfazeja
Enchendo de ledice tanta gente.
Um brinde para aquele que deseja
Fartar-se deste copo e, contente
Morrer nos braços alvos da cerveja!
Isnelda Weise.
1.10.10
Soneto
Ao Tempo
Qual a hora de tua era eterno tempo
Em que instante misterioso te escondes
Se em princípio arrastado, num minuto
Meu destino redefines, resoluto ?
Se te sigo, não me segues, não respondes
Às imagens que dos séculos desenhas
Vida e morte em teu pêndulo abrigas
E de suas fragilidades, sei, desdenhas .
Tempo eterno, árduo enigma em movimento
Como emergir de tua passagem sem saber
Do acaso de um minuto em andamento?
Quem me dera ser guardiã do teu momento
No relógio de tua quadra adormecer
Para, então, sorver a tez do firmamento.
Isnelda Weise
26.9.10
haicais - Isnelda Weise
numa sexta treze
gato preto em noite escura
cruza a rua, altivo.
uma gata idosa
dorme o sono dos justos
sobre o sofá novo.
atrevido, o gato
curte a brisa no alpendre
namorando a noite.
namorando a noite.
26.4.10
haicais - Isnelda Weise
teto (redes) cobre
sob destroços de hora ida
o azul do céu.
fenda que desvenda
denso céu azul-turquesa
(des) cobrindo estragos.
14.4.10
12.4.10
haicai(s)
(só) um olhar negro
desvenda luz que inflama
uma mulher (só).
os teus olhos negros
despem vastas vestes
(sem) sofregidão.
10.12.09
Haicais - Isnelda
estrelas cadentes
realçam festas douradas
so (mente) em Natal.
sem luar e sem via-láctea
brindam-me a poesia.
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