1.10.10

Soneto

Ao Tempo



Qual a hora de tua era eterno tempo

Em que instante misterioso te escondes

Se em princípio arrastado, num minuto

Meu destino redefines, resoluto ?



Se te sigo, não me segues, não respondes

Às imagens que dos séculos desenhas

Vida e morte em teu pêndulo abrigas

E de suas fragilidades, sei, desdenhas .



Tempo eterno, árduo enigma em movimento

Como emergir de tua passagem sem saber

Do acaso de um minuto em andamento?



Quem me dera ser guardiã do teu momento

No relógio de tua quadra adormecer

Para, então, sorver a tez do firmamento.



Isnelda Weise


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