9.6.08

( ) LACUNA - Isnelda Weise

( ) Lacuna

Isnelda Weise

No frio que pelo quarto se esparrama

Cubro com tua ausência o chão que piso

Ontem amanhecias, se preciso

Entre os lençóis macios daquela cama.


Hoje me enrolo na manta que foi tua

Abrigo quente com um toque de algodão

À luz de uma só vela - um violão

E mais outro crepúsculo sem lua.


O teu perfume no ar, as labaredas

O vinho sobre a mesa e o mesmo som

Que hoje embala a lacuna pressentida.


Enganam com tuas sobras as veredas

Trilhas que nos afastaram na ilusão

De que seríamos livres com a partida.


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