( ) Lacuna
Isnelda Weise
No frio que pelo quarto se esparrama
Cubro com tua ausência o chão que piso
Ontem amanhecias, se preciso
Entre os lençóis macios daquela cama.
Hoje me enrolo na manta que foi tua
Abrigo quente com um toque de algodão
À luz de uma só vela - um violão
E mais outro crepúsculo sem lua.
O teu perfume no ar, as labaredas
O vinho sobre a mesa e o mesmo som
Que hoje embala a lacuna pressentida.
Enganam com tuas sobras as veredas
Trilhas que nos afastaram na ilusão
De que seríamos livres com a partida.
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