Ao Tempo
Qual a hora de tua era eterno tempo
Em que instante misterioso te escondes
Se em princípio arrastado, num minuto
Meu destino redefines, resoluto ?
Se te sigo, não me segues, não respondes
Às imagens que dos séculos desenhas
Vida e morte em teu pêndulo abrigas
E de suas fragilidades, sei, desdenhas .
Tempo eterno, árduo enigma em movimento
Como emergir de tua passagem sem saber
Do acaso de um minuto em andamento?
Quem me dera ser guardiã do teu momento
No relógio de tua quadra adormecer
Para, então, sorver a tez do firmamento.
Isnelda Weise
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