com arte, artesã
sobre mantas coloridas
acolchoa estrelas.
a mão operária
com tenros fios de algodão
tece o amanhã.
cai no chão, do avesso
a camisola de seda
anverso do prazer.
operário urde
tosca e resistente trama
frágil, fio por fio.
tic tac, burburinho
na lide do antigo tear
(entre) laços da vida.
tece o tecelão
com pura lã de carneiro
noites aquecidas
fio por fio, cosendo
nas asas do poema
veste vira verso.
Isnelda Weise