25.2.07

AguAlento

ÁguAlento

Translúcida, fria, morna, ou ardente
mas sempre presente,
em alguma estação.
Água, deságua
em bocas sedentas,
em corpos ferventes,
que do flagelo fogem em busca de alento,
tal qual grande rede.
Estação sede.
Água deságua
em rostos suados,
em ruas seminuas,
em becos escuros sem cor nem horizonte.
Estação fonte.
Água deságua
com modéstia imensa
em qualquer lugar.
Brota, sorrateira, e abastece, indolente
o solo estéril,
em tempo de estio.
Estação rio.
Água deságua
Em noite brejeira,
eis que sua audácia em forma de chuva,
esconde o luar.
Para, aguaceira, na aurora do dia
encher de jasmim toda jardineira,
e fazer-se primavera.
Estação mar!


Isnelda Weise
do livro AguAlento.




Córrego I

Escorre com cautela entre os pedregulhos,
E tomba no mar de utopia que te aguarda
Sem pressa.
Qual prova irrefutável da esperança,
De vida que não cansa
De insistir.
E prossegue....


****

Espreguiça-te languidamente:
Entre realidade e palco,
Entre afeição e desencanto,
Entre existência e extinção,
Rumo ao infindável
E terno sonho meu.


Isnelda Weise
Do livro AguAlento.

Um comentário:

  1. Parabens, Isnelda, muito bom este seu espaço. Estarei indicando nas minhas´páginas.
    Beijabrações
    www.luizalbertomachado.com.br

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